Páginas

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Vírgula





As incertezas me incomodam profundamente. Eu sei, não é sua culpa. Existem valores que nos são implantados desde o nosso primeiro segundo na Terra. Eu sou vítima deles também. Os humanos não sabem bem o que significa, quer dizer, acredito que eles saibam, mas precisam alimentar a hipocrisia interna. E isso é muito humano, acredito. Eu não sou uma maravilha, eu sei... mas é que esperam que eu seja, e talvez seja isso que me incomoda. Porque o vazio é muito pior, quando ele está em você. Não, não é isso, eu tenho muito a dizer, mais o léxico me falta e não parece gostar de mim, então os humanos me ignoram. Eu sei que eu também sou uma, mais isso tem relevância agora? Mais eu desconfio de um problema, o olho. Sim, o olho. Já viu? Eu me vejo dentro do seu. Será que também sou um defeito seu? Não, disso eu não sei. Não sou do tipo que recorre a facilidade, é porque ela é mais sem graça, só. Quando quis uma vírgula, você não quis, eu sei, a vida não quis. Não com aquela facilidade que dizem que o destino impõe, acredito ser mais que isso complexo, sabe. Acredito que existem saídas do curso natural, só  que a gente não sabe, mas a possibilidade existe, a gente que não sabe. Mas isso não importa agora não é? A gente não achou a saída mesmo, então não importa. Mais eu ainda sonho, então estou numa vírgula não é? Sei que estou. Sei o que sou. Livre-arbítrio. 


L.N.

Um comentário:

  1. Que belo!
    A profundidade do sentimento, a intensidade como ele é descrito e ainda tudo que pode ser lido nas entrelinhas...
    Parabéns, não me canso de dizer!
    =)

    ResponderExcluir