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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Mário Quintana
A vida são deveres que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas. Quando se vê, já é sexta-feira. Quando se vê, já é Natal. Quando se vê, já terminou o ano. Quando se vê, não sabemos mais por onde andam nossos amigos. Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê, passaram-se cinquenta anos. Agora é tarde demais para ser reprovado. Se fosse dado, um dia, uma oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas. Seguraria todos os meus amigos, que já não sei onde e como estão, e diria: Vocês são extremamente importantes para mim. Seguraria meu amor que está, há muito, à minha frente, e diria: Eu te amo. Dessa forma, eu digo: não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter alguém ao seu lado, ou de fazer algo, por puro medo de ser feliz. A única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.
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